sábado, agosto 16, 2008

Escolas de Taguatinga rumo à inclusão digital

Na escola classe 40 da QNL em Taguatinga, o processo de inclusão digital caminha a passos largos, pois os alunos contam com a estrutura de um laboratório em funcionamento e um segundo prestes a ser inaugurado. As crianças têm aulas de informática uma vez na semana e ainda possui disponibilidade de três computadores na biblioteca que servem para pesquisas e auxiliam nas atividades. A escola visa também facilitar a vida dos educadores, que contam com uma máquina na sala dos professores disponível, o que facilita na preparação das aulas. Apesar de terem a consciência de que a escola precisa de mais investimento, os alunos e educadores estão satisfeitos com os efeitos que inclusão digital tem causado na escola. A realidade vivida na EC 40, infelizmente não é compartilhada por todas as escolas de Taguatinga, mas os projetos de inclusão social desenvolvidos em alguns locais mostram a consciência que se tem e a importância que se dão ao desenvolvimento da inclusão digital.

Radialista do Futuro recebe prêmios do Unicef

A organização
A ONG Sociedade dos Moradores e Amigos da Expansão de Samambaia – “Sociedade da Expansão” nasceu da mobilização popular, após a publicação, em 22 de março de 2001, da matéria no jornal Correio Braziliense (“Sob a lei da escopeta”), comparando a localidade à Rocinha, favela do Rio de Janeiro, famosa pela violência, tráfico de drogas e falta de perspectivas para jovens. A comunidade não aceitou essa comparação e buscando alternativas para a superação dos problemas reais, que enfrentavam, resolveu se juntar e criar a entidade. Em assembléia expressiva, realizada no pátio da escola pública Centro de Ensino Fundamental 427 de Samambaia, a população manifestou e decidiu pela criação da sociedade, como organização defensora dos direitos dos moradores e de promoção do bem-estar social. A maior preocupação da instituição é o público infanto-juvenil. Pelo fato de estarem inseridos em uma comunidade de baixa renda e, muitas vezes, com pais desempregados, os filhos são obrigados a buscarem o mercado de trabalho para ajudar na renda familiar. As ações desenvolvidas visam reduzir o trabalho infantil e melhorar o rendimento da criança e do adolescente no ensino regular. O bairro está localizado no final de Samambaia. É um aglomerado de sete quadras residenciais geograficamente afastada do centro, povoado por moradores originários de invasões e, inquilinos de fundos de quintal que se beneficiaram do programa de assentamento do Governo do Distrito Federal – GDF, no início dos anos 90. A população atual é de aproximadamente 15 mil habitantes.

O projeto
Em 2001, o radialista Edvaldo Ferreira, ao observar alguns meninos brincando com uma bola, feita de meia e jornal usado, na rua próxima à sua residência, pensou em proporcionar-lhes uma ocupação saudável que, além do lazer, trouxesse cultura, informação, arte e formação, preparando-os para os desafios da sobrevivência. Assim, em 28 de fevereiro de 2002, nasce o projeto Radialista do Futuro. Visando a inclusão social, a iniciativa atende hoje 60 crianças e adolescentes na faixa etária de 6 a 17 anos, com aulas de radiojornalismo, informática, reforço escolar e rodas de leitura. Os encontros acontecem às quintas e sextas-feiras, das 20h às 21h20 (aulas de radiojornalismo e rodas de leitura); aos sábados, das 9h às 11h30 (informática e reforço escolar), das 20h às 21h30, seleção dos apresentadores e acertos finais do programa que será veiculado no domingo. Todas essas ações são realizadas na QR 429 Conjunto 13 Lote 02, sede da ONG. O resultado das atividades desenvolvidas conquistou credibilidade junto à instituições de defesa dos direitos da criança e do adolescente de todo o país. Destaca-se o protagonismo que o projeto proporciona, o que significa uma forte possibilidade de transformação social pela eficiência e pela eficácia da metodologia participativa que é utilizada.

Os radionautas
Com os bons resultados que o grupo conquistou, foram convidados inicialmente a participar de um programa de rádio e, posteriormente, a criarem o próprio. Desde 2004, os radialistas mirins produzem e apresentam o programa “Os Radionautas”, todos os domingos, das 10 às 12 horas, ao vivo, na Rádio Nacional AM Brasília, 980 kHz. O programa é um espaço onde crianças e adolescentes discutem temas de seu interesse a partir dos seus próprios pontos de vista, relacionados à estruturação da escola e ao aprendizado nos diferentes conteúdos curriculares, bem como a questões – drogas, gravidez na adolescência, violência etc. – que surgem a partir das cartas que recebem de todo o Brasil.

Prêmios do Unicef
O prêmio Itaú-Unicef acontece a cada dois anos, desde 1995, com o objetivo de dar visibilidade às iniciativas da sociedade civil, reconhecendo e estimulando o trabalho de organizações sem fins lucrativos que contribuem, em articulação com a escola pública, para a educação integral de crianças e adolescentes que vivem em condições de vulnerabilidade. Em 2007, somou esforços ao Compromisso Todos Pela Educação, iniciativas de vários setores da sociedade em prol da educação pública de qualidade, adotando-o como tema central do processo de premiação. O Radialista do Futuro concorreu ao prêmio com outros 1.574 projetos inscritos por 1.512 instituições de todo o Brasil. Após superar um processo seletivo de sete etapas, venceu na Regional Goiânia na categoria Microporte. Em São Paulo, entre os 33 finalistas do Prêmio Itaú-Unicef 2007, recebeu Menção Honrosa nacional pela excelência do trabalho. O Unicef apresenta o projeto como referencia para que outras organizações da sociedade se espelhem, ou a ele se juntem, para fortalecer a caminhada pela construção de um país mais justo e digno para todas e cada uma das crianças e dos adolescentes brasileiros.

Inclusão Digital em Colégio de Taguatinga

O colégio CEF 14 de Taguatinga Norte recebeu no mês passado dez computadores do GDF pelo projeto Escola Integral, que promove a inclusão digital em escolas públicas. Tanto para alunos e professores, quanto para a direção, à utilização dos computadores com banda larga irá aumentar a qualidade do ensino e do aprendizado.

O CEF 14 não começou a utilizar os computadores e todos ainda estão na caixa, pois o colégio espera que o GDF mande técnicos instalarem o mais rápido possível, mas adianta que serão utilizados para ajudar os alunos em trabalhos e instruí-los a usar a internet de forma correta. Para a diretora Edriene Andrade Campina, os computadores serão muito úteis no complemento das disciplinas, por se tratar de computadores modernos, com acesso à internet banda larga e terem instalados softwares avançados. “Já recebemos doações de computadores, mas por serem ultrapassados nem utilizamos e foram devolvidos.” Completa a diretora.

Além do projeto Escola Integral, o CEF 14 é conveniado ao DF Digital, que oferece cursos grátis de informática para alunos de colégios públicos, porém são poucos os alunos do CEF 14 que participam por causa das aulas serem no CEMEIT (Centro de Ensino Médio Escola Industrial de Taguatinga), por considerarem os computadores muito ultrapassados e também pela maioria não morarem em Taguatinga.

Perguntado sobre o conhecimento da chegada dos computadores, os alunos responderam: “Não fomos informados sobre a chegada de novos computadores” diz o aluno David Gaspar da 6ª série. “Nós ficamos sabendo por que procuramos saber, mas foi meio que por acaso” dizem as alunas da 8ª série, Thaís di Lúcia e Raylla Alves. ”Minha professora avisou para minha turma, foi assim que fiquei sabendo” completa a aluna Alana Beatriz da 5ª série.

Os alunos em sua maioria não têm muito interesse por informação, suas preferências ainda são: Orkut, MSN, Games e sites de entretenimento. A maior esperança do colégio é que com a chegada de novas tecnologias o quadro de alunos do ensino público com acesso à informação cresça cada vez mais, independente de cor ou quase social.

Falta de apoio atrasa inclusão digital

Embora o processo de inclusão digital já esteja sendo implantado de forma eficaz em diversas escolas do Distrito Federal, não são todas as escolas que podem comemorar esse avanço. Um exemplo disso é a Escola Classe 13 de Taguatinga Sul que não conta com nenhum computador para usufruto dos alunos. Segundo a coordenadora da instituição, Tânia Moura, esse avanço tecnológico só agregaria benefícios aos docentes. “A inclusão digital é muito importante para a qualificação, conhecimento e aprendizagem das crianças”, conclui. De acordo com Tânia, a escola aguarda iniciativa do governo para a implementação dos computadores e internet.

Arte e Cidadania em Samambaia

O Instituto de Arte Cia e Cidadania localizado em Samambaia na Quadra 310, é um exemplo de projeto que visa garantir a inclusão social de pessoas carentes que moram na cidade. Com oficinas de diferentes gêneros, o Instituto oferece gratuitamente para comunidade cursos de informática, escolinha de futebol, dança, capoeira, teatro e ginástica além de ser sede da quadrilha “ Se vacilar a gente Pimba”, que todos os anos participa das competições de quadrilhas juninas regionais no DF.
Segundo um dos responsáveis pelo instituto, Valdeci Sousa, o local já recebeu vários prêmios pelo trabalho realizado.Apesar do bom desempenho e da iniciativa dos reponsávies, percebe-se que muita coisa ainda deve ser feita para expandir o projeto as demais pessoas. Como por exemplo, a ampliação do prédio em que as oficinas são ministradas.
Na foto ao acima, a Turma de Ginástica que é realizada duas vezes por semana. As alunas desde crianças até senhoras mais idosas executando exercícios físicos que irão contribuir para uma melhor qualidade de vida.

Inclusão digital em Samambaia

Estudantes de escolas públicas do DF agora tem mais um motivo para se interessar cada vez mais nos estudos. O programa DF Digital , promovido pelo Secretaria de Ciência e Tecnologia do DF ( SECT) e pela Fundação de Apoio à Pesquisa ( FAP-DF) é o principal responsável pela inclusão digital de alunos do ensino público no DF.
È o que está acontecendo no CEF 427 em Samambaia, onde alunos com idade entre 10 e 11 anos tem a oportunidade , por meio de Tele aula, de corrigirem problemas de fluxo.
Segundo a vice-diretora da escola, Douriane Souto, a primeira turma composta por aproximadamente vinte alunos já apresenta resultados positivos. “Alunos da quarta série que estavam atrasados tiveram um bom desempenho e puderam avançar para a quinta série” explicou. Segundo ela, a escola pretende ampliar as turmas a cada mês, pois, inicialmente apenas alunos com esse problema estão sendo selecionados.
Além do programa DF Digital, a escola também participa do projeto de Educação Integral, onde os alunos ficam em turno contrário as suas aulas executando atividades complementares. O centro de ensino também da andamento ao projeto "Radialista do futuro", um programa voltado para comunidade, com informações de interesse comum.

Crianças no mundo digital

Na Escola Classe 08 de Taguatinga Norte cerca de 700 crianças têm aulas de informática duas vezes por semana em horário contrário ao das aulas. Esse projeto começou no ano passado junto com a implementação do horário integral na escola para as crianças de 04 a 10 anos.
Segundo a diretora da escola Helen de Araújo, hoje não existe educação sem a inclusão digital e que esse projeto dá chance as crianças que não possui acesso a um computador em casa saber utilizá-lo. “O progresso dos alunos é perceptível em sala de aula, eles estão muito mais articulados”, ressalta a diretora sobre a importância do contato dos alunos com a informática.
As aulas são ministradas em laboratórios de informática da escola e por instrutores pagos pelo governo. A estudante da 4ª série Camila Oliveira, afirma que em casa não tem computador e que adora navegar na internet. “Na primeira aula eu já aprendi a fazer um e-mail com o meu nome, achei muito legal isso.”, lembra Camila.