Há 35 anos foi fundado na cidade satélite de Ceilândia, Distrito Federal, o AEC (Abrigos dos Excepcionais de Ceilândia), onde abriga portadores de deficiências físicas e mentais com o objetivo de reintegrá-los na sociedade ou mantê-los abrigados com as necessidades básicas.
O Abrigo possui um convênio com a Secretaria de Ação Social, que é responsável entre 60% a 70% dos gastos mensais da instituição, ou seja, os gastos restantes são completados através de ajudas voluntárias, mas nem sempre é o que acontece. O Administrador do AEC, Jorge Deinster, diz que os gastos são muito grandes com produtos de limpeza, higiene pessoal, alimentação e principalmente com fraldas geriátricas, em média 150 por dia, por isso é preciso aumentar o número de voluntários, sejam elas pessoas físicas ou empresas, o importante é ajudar.
Atualmente o AEC possui 64 abrigados, sendo 43 mulheres e 21 homens. Os pacientes são divididos por sexo em três alas: Ala dos acamados, ala dos que andam e ala do cadeirantes. Os acamados são maioria no abrigo, ou seja, o abrigo tem funcionários preparados tanto profissionalmente quanto psicologicamente, pois a assistência que é prestada a um ser humano que vive dependente o resto da vida é algo importante para a sociedade como um todo. Como estariam vivendo essas pessoas sem esse abrigo? Um fato lamentável é que quase todos foram abandonados e os que têm família poucas vezes são visitados.
Ariana Madeira Lacerda, 22 anos, é considerada o caso mais grave, pois no seu quadro atual consta: Deficiência mental severa, distúrbio de comportamento, agressividade, afasia e indiferença ao meio. Segundo informações, a mãe de Ariana era prostituta, dependente química e fez tentativa de aborto durante a gravidez através de medicamentos. Ariana vive no abrigo desde maio de 1998, onde é mantida em alojamento isolado para resguardar funcionários e os demais acolhidos. Os gastos mensais em medicamentos com Ariana somam R$184, totalizando mais de 400 comprimidos por mês.
O caso de Ariana é só um exemplo para ilustrar a importância do trabalho humanitário que está sendo feito pelo abrigo, mas é preciso ser feito mais. O abrigo faz a sua parte, incentiva a adoção financeira dos acolhidos, mas infelizmente nenhum foi adotado até hoje. Porque será que há filas de adoção para crianças e faltam pessoas para adotarem deficientes? É preciso pensar em tudo isso com muito carinho.
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